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E foi assim que começou...

por R.Cheiros, em 24.02.09

 

(Há precisamente um ano atrás foi este o primeiro post .)

 

Pensamos muito antes de comprar um apartamento, casa ou um carro.

 

Primeiro só pensamos nas vantagens do possível investimento.(travões ABS, vidros eléctricos, ar condicionado, rapidez.. Quantas varandas, aquecimento central, banheira de hidromassagem, com ou sem jardim) e face aos inconvenientes (tamanho do guarda lamas, escassa aceleração, consumo.. Acabamentos, disposição solar, áreas ..)


Se as primeiras superam as segundas, perguntamo-nos :
Vale o que custa? ( É uma pechincha é um capricho? Vale a pena pagar trinta mil euros, ou trezentos mil?..)
Se a resposta for sim, fazemos uma segunda interrogação : É financiáveis o preço? O nosso banco acederá a apoiar essa hipoteca?
Claro que nos comprometemos com o nosso ordenado a pagar religiosamente as “prestações “mais ou menos chorudas todos os meses.
Se a resposta voltar a ser sim, compramos.

 

Com o amor acontece uma coisa parecida.
Primeiro, sentimo-nos atraídos por determinada pessoa por algumas qualidades ou por um modo de ser ,timidez  para quem goste, extroversão , para quem ache divertido, aquela forma particular de coçar o nariz ou a forma encantadora de encolher os ombros..
Outras vezes é alguma coisa inexplicável, física, sabemos que os defeitos estão lá que não gostamos .. Mesmo assim optamos por ir em frente e convida-lo para ir ao cinema, ou enviar-lhe flores, ou  convida-lo  jantar, e decidimos pagar para ver...


Até pode ser uma boa "queca" mas nada de extraordinário mas tem uma boa conversa.
A pergunta que raramente nos fazemos é se estamos emocionalmente preparados para financiar está relação? Se as nossas próprias forças nos concedem credito?
Porque existem pessoas incompatíveis, que nunca deveriam partilhar uma cama e, muitos menos, pensar em viver juntos.


Há casais que vivem numa situação constante de terrorismo intimo em que cada um vai minando inexoravelmente a felicidade, a auto estima do outro.
A porra é que essa pessoa nos atrai como a luz atrai a traça...por muito que se julgue as virtudes não eclipsam os defeitos e as pessoas raramente mudam..
Azar é quando nos apaixonamos por alguém com o intuito de o transformar .

 

Estão a pensar que parvoíce comparar o amor com um carro ou um apartamento... E porque não?
Ao fim e ao cabo, um amor pode ter muito mais influência nas nossas vidas do que qualquer bem material e, assim, porque razões não podemos ter o mesmo cuidado na hora de escolher uma relação?
Pois não temos...
Infelizmente a paixão é   inevitável e incendiaria, a paixão nega a reflexão a paixão queima.
E os cofres dos nossos bancos emocionais nunca estão suficientemente fortes para por entrave na paixão.

 

Balanço: foi divertido e positivo.
Principalmente (não estar aqui) e  poder deixar este post pré editado para hoje.

 

publicado às 10:37


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