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Se achares que isto é loucura!!!

por R.Cheiros, em 24.10.08

Se achares que isto é loucura, consideres que não sei o que estou a dizer. Se achares que isso é racional, consideres que exponho as  minhas ideias com clareza. Se pensares, que é um misto de devaneio com lucidez, consideras que mostro, traduzo os meus sentimentos, as minhas emoções, usando este “código” que estás a ler agora. A interpretação destas minhas anotações, dependerá exclusivamente do teu ponto de vista e estado psicológico. No final da leitura, pensarás que sou uma criatura perversa, pensarás que sou uma dissimulada, uma sonhadora, uma perturbada, uma feiticeira, uma... Sou apenas carne e osso, sou um alguém que sente o mundo.

 

   Há noites, em que rolo nos meus lençóis procuro respostas para as questões, que nem eu mesma sei quais são. Há dias, em que o lápis corre pelo papel e logo surgem páginas e páginas de suspiros e encantos, sonhos e pesadelos, delírios e realidades. Há tardes em que percorro as ruas e as montras  não me atraem, procuro alimentar o meu ego.  Quase invisível, eu ando pelas ruas  escuras e fundas, deparo-me com aquele mundo real, que as vezes me  assusta e deixa sem fôlego. Cambaleio rapidamente, como se vivesse uma fuga, uma fuga das minhas reais ideias.

 

   Mesmo que o vento sopre  fortemente, continuo a percorrer a estrada da vida. Folheio  livros, procuro  por sinais de minha existência, vendo a luz ali na esquina. A grande luz, que poderia brotar de minha mente e iluminar todo esse trajecto que ainda me resta. Sempre que tropeço, caio. Sempre que caio, levanto. Sempre que levanto, levo a lição da última queda. Sempre que me deito, durmo. Sempre que durmo, sonho. Sempre que sonho, acordo e levo aquele brilho das minhas utopias.

 

   Olho aquelas fotografias, lembranças de um passado que me fez quem sou e ficou lá trás.. Já não uso as mesmas roupas, o mesmo penteado, o mesmo batom. Mas espero o mesmo homem, com o mesmo desejo,a mesma música, a mesma dança. O fogo que queima na lareira, é o mesmo que queima dentro de mim, sempre queimou. Adormeço no sofá antigo, com almofadas de tecido felpudo, sinto o mesmo perfume, ouço a mesma voz, mas muitas vezes permaneço sozinha mesmo acompanhada

 

    Nunca choro. Chorar é admitir fraqueza. Prefiro sorrir, ainda que por vezes não existam motivos lógicos para isso. Costumo rir à toa, costumo recepcionar fantasmas na morada de minha alma ou de meu corpo. Frequentemente, abro as janelas de minha casa, para que o sol da manhã invada e leve um pouco destas minhas loucuras embora. Sempre funciona. Então, sento-me na  minha cadeira preferida, apanho meu diário, que na verdade, não seria bem um diário, mas sim, um caderno para dias lastimáveis, algo parece estar preso em minha garganta e não tenho a possibilidade de falar, por isso começo a escrever. A angústia vai embora, isso sempre funciona.

 

    Respiro profundamente, abro os braços e tento voar. Volto para a minha antiga infância, para aqueles velhos tempos em que matar o tempo, não era pecado.

 

    Vivo nesta nuance, entre eu e eu mesma , entre o sonho, que também os tenho e a realidade.. Vivo o  meu caminho intensamente, consigo fintar a monotonia, Espero-te com o meu melhor sorriso e amo-te incondicionalmente nunca tive duvidas.. para suprir a ausência de mim. Algumas vezes  finjo ser outra, mas para o meu interior só tu sabes o caminho.

 

 

Se achares que isto é loucura!!!

Hoje era o que te diria. 

(Para ti… que não sabes que este blogue existe.)

 

PS: Vai mudar a hora e deve ser isso que me está a afectar os neurónios

 

 

publicado às 10:14


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