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A vida sem CHEIROS não tem cor nem amor...;)
Quantos de nós, já ouvir dizer: “Isto no meu tempo não era assim”?
Eu já ouvi algumas vezes e até vejo que é verdade.
Aprendemos tanta coisa na vida algumas até sem grande significado e outras tão importantes deixam-nos perdidos completamente há nora, pelo menos a mim.
Estou a tentar aprender a ter “filhos crescidos” e olhem que não é fácil. Não existem manuais, mapas ou enciclopédias com uma táctica certeira.
Somos bombardeados todos os dias por e-mails.
Alguns de fazer chorar as pedras da calçada de tão lamechas quase todos com histórias de vida que poderiam ser exemplos a seguir.
(Sobre os filhos existem N deles.)
Filhos…:
Lindos e criativos, textos. Dignos de se publicar em colunas dos jornais ou prefaciar livros de grande sucesso.
Texto uns mais originais do que outros. Palavras e mais palavras, que, falam invariavelmente de sentimentos conhecidos por todos nós e muitas vezes repetidos há exaustão.
Lemos e choramos, ou engolimos as lágrimas, esprememos a garganta e até sentimos um aperto no coração… Um drama pegado.
Invariavelmente falam de “filhos pequenos” e tudo exemplos a seguir antes que os filhos cresçam.
Alguns dão-nos vontade de sair a correr e atirarmo-nos nos braços dos filhos a pedir perdão, antes que eles cresçam.
Mas “Antes que eles cresçam” para mim já não serve: os meus filhos já cresceram. Portanto, não posso mais seguir tão sábios conselhos, chegaram tarde demais.
Ou são os filhos que crescem depressa demais???
Tanto manual, tanto livro de instruções e tanta gente a escrever, será que nenhuma alminha se lembrou de escrever: como se aprende a ver os filhos crescer?
Não podiam ter inventado estes tipos de e-mail há mais tempo? E de preferência a falar de “filhos crescidos”?
O meu filho cresceu! Tem 26 anos e ela 23. (ela amo-a como filha, filha do coração) Grandes mesmo, bem maiores do que eu.
Cresceram e eu não notei. Fizeram escolhas e eu não me apercebi… e não sei muito bem como lidar com isso.
A falta do beijo na bochecha e as brincadeiras antes de adormecer. Falta de os ver dormir...
Quando eu entrava no quarto devagarinho e tacteava no escuro há procura do edredão no chão para os cobrir.
Até do irritante grito: "mãeeee traz-me agua ou não consigo dormir "Me faz falta.
O sair do quarto pé ante pé com alivio por os saber em segurança.
Cresceram, e ninguém me ensinou a ter "filhos crescidos".
Estão a fazer escolhas, escolhas difíceis que vão exigir muito esforço da parte deles, apesar de ter feito exactamente igual um dia e não me arrepender de nenhum dos rumos.
Escolhas que não sei se são as acertadas, mas são as escolhas deles, os sonhos deles.
E eu descobri que posso ter os meus sonhos e expectativas em relação a eles mas nunca sonhar por eles.
Cresceram, já não os acompanho ás festas da escola, já não os levo ao cinema, já não viajam comigo.
Já não dou palpites sobre o que vestem, sobre o que devem comer sobre os livros que devem ler ou os horários de irem para a cama, (para mim esta parte é terrível). Mais ainda posso dar-lhes carinho e receber.
Tenho que aprender a ter "filhos crescidos". Tenho que aprender a perceber que não os posso ter sempre por perto. Mas não posso desaprender a ser mãe e deixar de amá-los.
Porque preocupação, cuidados, conselhos, afagos, são as maneiras de mostrar que os amamos.
Nem mesmo a mãe mais errada do mundo será tão culpada se o que quer que tenha feito tenha sido por amor aos filhos. Esse amor não tem tamanho, cor, nem distância, ou idade. Não se explica, não é para entender . Eu não sei explicar o que é o amor de mãe. Nem o sabor de um abraço de um filho.
Não existem palavras em nenhuma língua humana capaz de contar o que é amor de mãe.
Não é porque não há como explicá-lo que ele vai diminuir depois que os filhos crescerem.
Porque mães não deixam de ser mães – ou pais – apenas porque os filhos crescem.
Creio que a diferença de sermos mães de "filhos crescidos" é que a casa esvazia-se, a saudade instala-se e não há canto onde não encontremos o frio da ausência, o eco de um previsivel adeus.
(Nostalgica … )