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É rapido demais...

por R.Cheiros, em 26.08.08

Quantos de nós, já ouvir dizer: “Isto no meu tempo não era assim”?
Eu já ouvi algumas vezes e até vejo que é verdade.
Aprendemos tanta coisa na vida algumas até sem grande significado e outras tão importantes deixam-nos perdidos completamente há nora, pelo menos a mim.
Estou a tentar aprender a ter “filhos crescidos” e olhem que não é fácil. Não existem manuais, mapas ou enciclopédias com uma táctica certeira.
Somos bombardeados todos os dias por e-mails.
Alguns de fazer chorar as pedras da calçada de tão lamechas quase todos com histórias de vida que poderiam ser exemplos a seguir.
(Sobre os filhos existem N deles.)
Filhos…:
Lindos e criativos, textos. Dignos de se publicar em colunas dos jornais ou prefaciar livros de grande sucesso.
Texto uns mais originais do que outros. Palavras e mais palavras, que, falam invariavelmente de sentimentos conhecidos por todos nós e muitas vezes repetidos há exaustão.
Lemos e choramos, ou engolimos as lágrimas, esprememos a garganta e até sentimos um aperto no coração… Um drama pegado.
Invariavelmente falam de “filhos pequenos” e tudo exemplos a seguir antes que os filhos cresçam.
Alguns dão-nos vontade de sair a correr e atirarmo-nos nos braços dos filhos a pedir perdão, antes que eles cresçam.
Mas “Antes que eles cresçam” para mim já não serve: os meus filhos já cresceram. Portanto, não posso mais seguir tão sábios conselhos, chegaram tarde demais.
Ou são os filhos que crescem depressa demais???
Tanto manual, tanto livro de instruções e tanta gente a escrever, será que nenhuma alminha se lembrou de escrever: como se aprende a ver os filhos crescer?
Não podiam ter inventado estes tipos de e-mail há mais tempo? E de preferência a falar de “filhos crescidos”?
O meu filho cresceu! Tem 26 anos e ela 23. (ela amo-a como filha, filha do coração) Grandes mesmo, bem maiores do que eu.
Cresceram e eu não notei. Fizeram escolhas e eu não me apercebi… e não sei muito bem como lidar com isso.
A falta do beijo na bochecha e as brincadeiras antes de adormecer. Falta de os ver dormir...
Quando eu entrava no quarto devagarinho e tacteava no escuro há procura do edredão no chão para os cobrir.
Até do irritante grito: "mãeeee traz-me agua ou não consigo dormir "Me faz falta.
O sair do quarto pé ante pé com alivio por os saber em segurança.
Cresceram, e ninguém me ensinou a ter "filhos crescidos".
Estão a fazer escolhas, escolhas difíceis que vão exigir muito esforço da parte deles, apesar de ter feito exactamente igual um dia e não me arrepender de nenhum dos rumos.
Escolhas que não sei se são as acertadas, mas são as escolhas deles, os sonhos deles.
 E eu descobri que posso ter os meus sonhos e expectativas em relação a eles mas nunca sonhar por eles.
Cresceram, já não os  acompanho ás festas da escola, já não os levo ao cinema, já não viajam comigo.
Já não dou palpites sobre o que vestem, sobre o que devem comer sobre os livros que devem ler ou os horários de irem para a cama, (para mim esta parte é terrível). Mais ainda posso dar-lhes carinho e receber.
Tenho que aprender a ter "filhos crescidos". Tenho que aprender a perceber que não os posso ter sempre por perto. Mas não posso desaprender a ser mãe e deixar de amá-los.
Porque preocupação, cuidados, conselhos, afagos, são as maneiras de mostrar que os amamos.
Nem mesmo a mãe mais errada do mundo será tão culpada se o que quer que tenha feito tenha sido por amor aos filhos. Esse amor não tem tamanho, cor, nem distância, ou idade. Não se  explica, não é para entender . Eu  não sei explicar o que é o amor de mãe. Nem o sabor de um abraço de um filho.
Não existem palavras em nenhuma língua humana capaz de contar o que é amor de mãe.
Não é porque não há como explicá-lo que ele vai diminuir depois que os filhos crescerem.
Porque mães não deixam de ser mães – ou pais – apenas porque os filhos crescem.
 Creio que a diferença de sermos mães de "filhos crescidos"  é que a casa esvazia-se, a saudade instala-se e não há canto onde não encontremos o frio da ausência, o eco de um previsivel adeus.

 

 

(Nostalgica …  )  

publicado às 16:21


6 comentários

De R.Cheiros a 27.08.2008

Olá
Não diria que é um problema mas realmente acredito que para algumas mães sejas complicado ver os filhos “voar” e fazerem determinadas escolhas.

Eu sei que também já fiz as minhas que cai varias vezes e tive que me levantar a vida é mesmo assim uma aprendizagem e os meus filhos assim como todos os outros vão cair muitas vezes e levanta-se e voltar a cair por é assim que se aprende.

O papel de mãe alem de orientar é dar protecção e amar incondicionalmente. Eu pelo menos é assim que o vejo.

Já ri com vontade de chorar já passei muitas noites em claro (já com eles adultos) já fiz por entender coisas que para mim são de difícil compreensão..

Mas também já ralhei muito, já gritei e já disse muitas vezes NÃO sem retorno. Porque amar não é pintar a vida de cor de rosa nem dizer sim a tudo.

A vida não é injusta as escolhas é que nem sempre são as melhores e existem muitas duvidas mas todas elas fazem parte do crescimento.
Nada é perfeito ou pelo menos não tão perfeito como gostaríamos..

É também o papel da mãe fazer com que os filhos não sofram, é normal não te parece?

Mas sabes, os filhos também conseguem provocar bastante sofrimento as mães !

Mas nós estamos sempre e incondicionalmente com os filhos . Nem que seja no pensamento ou no coração.

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Beijinhos de uma mãe que também é chata também é melga mas que adora ser mãe

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